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EVENTOS ISEC Lisboa | SEMINÁRIOS, CONFERÊNCIAS, WORKSHOPS

A 5.ª Conferência Internacional de Proteção Civil & Ciência - ICCP&S´23, que decorre até dia 30 de março no Campus do Lumiar, teve no dia de abertura um painel de oradores de peso para discutir, debater e informar sobre sustentabilidade. A abertura oficial desta conferência, organizada pelo Observatório de Proteção Civil & Safety e pela Escola de Gestão, Engenharia e Aeronáutica, do ISEC Lisboa – Instituto Superior de Educação e Ciências, com a presença da Presidente do ISEC Lisboa, a Profª Doutora Maria Cristina Ventura, seguindo-se o Coordenador do Observatório e Diretor da Escola, Engenheiro Paulo Gil Martins. 

A presidente do ISEC Lisboa usou recurso ao humor, no seu discurso de abertura da conferência, para deixar um desafio. “A vantagem de não se ser especialista nestas áreas, como é o meu caso, se é que existe alguma vantagem, é precisamente a de poder ser atrevida e consequentemente atrevo-me a lançar uma provocação, e que é esta: e se pensássemos numa Proteção Civil ela própria sustentável, promotora da sustentabilidade dos territórios e por essa via a salvaguarda da segurança coletiva dos cidadãos?”.

Paulo Gil Martins, por seu turno, deixou a definição de sociedade sustentável, um ideal com um longo caminho a percorrer até se atingir. Uma sociedade sustentável e responsável socialmente é aquela que dispõe de recursos naturais de forma sustentada, que realiza ações para melhorar a realidade e que combate quaisquer tipos de preconceito”, frisou. "Isto, obviamente, se vivêssemos num mundo ideal", atirou imediatamente de seguida, consciente do enorme desafio que esta definição acarreta. 

O primeiro dia desta conferência, que foi dedicado à Sustentabilidade, contou com a participação de inúmeros oradores especialistas. Cidades e Edifícios Sustentáveis, Sustentabilidade nos Transportes Aéreos, Portugal e os Desafios das Novas Energias, Sustentabilidade dos Recursos Hídricos foram alguns dos temas em discussão.

Carlos Martins, diretor da área de desenvolvimento de negócio da AdP - Águas de Portugal, e ex-secretário de Estado do Ambiente, debruçou-se sobre a temática das Alterações Climáticas e a Gestão de Recursos Hídricos em Portugal. Carlos Martins começou por elogiar esta conferência pelo facto de ela decorrer em ambiente académico, uma forma de especialistas debaterem assuntos da ordem do dia e de extrema importância a atualidade ao mesmo tempo em que partilham conhecimento com estudantes, os nossos futuros especialistas. O ex-secretário de estado chamou à atenção dos presentes e participantes nesta conferência para o perigo do “imaginário da abundância" versus a factualidade da “escassez de água no mundo”. Serviços de água, saneamento em Portugal e recursos disponíveis a nível hídrico foram também debatidos por Carlos Martins. 

 

Manuel Pinto Abreu, Ex-Secretário de Estado do Mar e docente universitário, debruçou-se sobre o tema "Salvaguarda, Segurança e Estabilidade - Um Contínuo". Como também docente, deu enfoque na sua apresentação à necessidade de se expandir e aprofundar a educação sobre a que é, efetivamente, a realidade do planeta. “É preciso olhar para o uso sustentável dos recursos, que começa no momento do estudo para a exploração, mas convém fazermos o balanço do que quer dizer exploração em si própria. Por vezes o cálculo do que custa e o dano causado não compensa”, explicou. “Outro problema, relativamente ao mar, só conhecemos 5% dos oceanos e 20% a nível da sua caracterização morfológica, conhecemos muito pouco, no entanto estamos a tomar decisões globais(…)” atirou ainda com manifesta preocupação. 

Luís Capão, Presidente do Conselho de Administração da, empresa municipal, Cascais Ambiente atuante num dos concelhos portugueses mais vanguardistas na adoção de medidas de atuação na comunidade para a sua envolvência nas práticas de preservação ambiental e sustentabilidade, escolheu como tema dois dos highlights da empresa que preside: Economia Circular e Gestão de Resíduos. “Não posso deixar de sublinhar que estou muito feliz com a junção da componente Sustentabilidade numa conferência sobre  Proteção Civil”, começou por dizer. “Há muitos pontos que se ligam entre os dois como por exemplo o que é um ambiente urbano e que efeitos da presença contínua e crescente da raça humana neste planeta que é limitado, e eles já foram definidos e estudados nos anos 70(...)”, prosseguiu sobre esta temática, afunilando estes limites para o caso português e para Cascais, partilhando as medidas que têm sido adotadas para fazer face aos constantes desafios que vão surgindo, como a adoção da distribuição, com recolha diferenciada, o saco verde, onde só se colocam resíduos alimentares usados posteriormente para “compostagem e extração de gás” e a recolha em ponto específico, de cápsulas de café, projetos que têm sido muito elogiados, inclusive no estrangeiro - duas ações que amplificam o mercado circular naquele município. 

Ana Paula Oliveira, docente e coordenadora da pós-graduação em Biorrefinarias e Tecnologias Sustentáveis do ISEC Lisboa foi a moderadora do debate que fechou o painel de especialistas/oradores do programa da manhã. 

Vítor Vieira, Engenheiro Ambiental, representante da  da Agência de Energia Ambiente de Lisboa, a  A Lisboa E-Nova, trouxe para cima da mesa o tema Economia Circular e Alterações Climáticas. Na sua apresentação desta temática o foco foi direcionado para o contraste entre o que é economia circular versus economia linear. Sendo os lugares cimeiros de consumo de materiais pertencentes às indústrias alimentar, construção e têxtil, Vitor Vieira apresentou os números e causas que justificam este top. Por exemplo, uma das “consequências ambientais da indústria têxtil, que aumentou imenso nos últimos 15 anos, é causada pelo o adotar do comportamento tanto do produtor/vendedor como do consumidor do conceito/efeito de fast fashion”, justificou. 

Maria Emília Baltazar, docente do ISEC Lisboa,  Investigadora em Investigação e Inovação em Engenharia Civil para a Sustentabilidade (CERIS) e vice-presidente da Associação de Investigação Científica em Engenharia Aeroespacial (AEROG) falou sobre Sustentabilidade no Transporte Aéreo, um tema sempre em debate nas grandes cimeiras ambientais, sendo facto que as aeronaves, de carga e transporte de pessoas, são um dos agentes responsáveis por uma larga fatia nos gráficos de causadores de poluição, “um dos maiores poluidores”. Envolvida num consórcio internacional s com o objetivo de se conseguir atingir a “pegada carbónica zero” o consórcio europeu TULIPS, financiado pela Comissão Europeia, com a missão de  os aeroportos livres de emissões e resíduos até 2030 e tornar o sector de aviação neutro para o clima até 2050, lançou à plateia desafios para o futuro, enquanto que “dentro da aviação” as medidas vastas incluem deste “plantar árvores e outros contributos,  o desenvolvimento de aeronaves mais eficientes, tanto ao nível dos motores como da aeronave e combustíveis mais sustentáveis, maior eficiência das rotas, tudo o que que permita reduzir esta pegada carbónica”, justificou. 

Filipa Marques, Chief Research Officer, esclareceu os participantes e assistentes desta conferência sobre o tema Recursos Minerais e Sustentabilidade. A necessidade de alternativas a não usarmos o recurso a “tantos combustíveis fósseis”. O ser humano sempre recorreu a estes recursos mas a industrialização e avanço para as eras modernas tornou a sua exploração massiva num problema global. “São tantos os fatores e variáveis  que nos trouxeram aqui que a transição para a desejada pegada zero” será uma espécie de maratona, não um sprint. "Nós como seres humanos numa sociedade desenvolvida e em crescimento precisamos cada vez mais de mais minerais, precisamos de metais, precisamos de cobre”, alertou, mostrando os números exemplificativos do uso por pessoa, em oposição à necessidade de estes serem extraídos, explorados de uma maneira com  menos agressão às reservas, ao ambiente e às populações. 

O primeiro dia, sob o tema Sustentabilidade terminou num debate aberto, com perguntas e respostas entre assistentes e especialistas, moderado, uma vez mais, por Ana Paula Oliveira.

Se pretender assistir à conferência de dia 28, em diferido, assista AQUI

GCI | março 23


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